Olá, pessoal!
Trago-lhes minha perspectiva sobre uma série que comecei a ver neste final de semana e que me surpreendeu. Trata-se de Only Murders in the Building (2021), disponível nas plataformas de streaming Hulu e Star+ (obrigada Netflix por proporcionar novas experiências após anunciar cobrança por residência). Estrelada e produzida por Steve Martin (da Pantera Cor de Rosa, ele mesmo), Martin Short e Selena Gomez, a série conta ainda com um elenco recheado de participações especiais e easter eggs da indústria do cinema, quase piadas internas. Ao colocar uma história envolvente de mistério a solucionar – e brincar com o boom de podcasts do gênero true crime desde 2020 – o roteiro permite colorir fora da curva e explorar caminhos não tão comuns a séries de investigação.
A história se passa em Nova York, especificamente no prédio Arconia, em que acontece um assassinato em um dos apartamentos. A partir disso, três residentes, ouvintes de um podcast de true crime (gênero em alta nos últimos anos que se propõe a contar casos de crimes, resolvidos ou não, no formato storytelling) se unem para resolvê-lo. No começo da invetigação, criam um podcast chamado “Only Murders in the Building” e daí se desenrolam os nós apertados e os fios soltos de cada personagem. Personagens, inclusive, bem construídos e interpretados.
Steve Martin interpreta Charles-Haden Savage, um ator aposentado famoso por estrelar uma série de drama policial em 1990; Martin Short interpreta Oliver Putnam, um diretor falido da Broadway que bsusca desesperadamente uma oportunidade rentável (ele que tem a ideia de criar o podcast, envolvendo um patrocínio de seu amigo Teddy Dimas, interpretado pelo luminoso Nathan Lane); e Selena Gomez interpreta Mabel Mora, uma jovem artista morando no apartamento em reforma da tia e que tinha um passado com a vítima de assassinato do prédio, Tim Kono, interpretado por Julian Cihi. Arconia, o prédio em que residem, possui moradores um tanto quanto caricatos que não mascaram a realidade de uma convivência entre vizinhos, ainda mais em Nova York.
Na primeira temporada, participações especiais como a brilhante Tina Fey, que interpreta Cinda Canning, uma apresentadora de sucesso de um podcast de true crime chamado “All Is Not OK in Oklahoma”, e o cantor Sting, que personificou uma versão satírica de si mesmo, ilustram um pouco da genialidade do roteiro e deixam a trama mais divertida.
Não posso deixar de mencionar o episódio 7 da primeira temporada, “O Garoto do Apartamento 6B”, que fez algo que eu nunca havia visto em nenhuma série: o episódio inteiro é sem falas. Há legendas e o uso de linguagem de sinais, que faz sentido dentro da história, pois o filho do personagem Teddy Dimas é deficiente auditivo. Achei bem bacana o foco na sua perspectiva, o que proporcionou uma elasticidade do roteiro, o exercício da criatividade dos roteiristas e um exemplo de ótimas atuações.
A série possui cinematografia e identidade visual bem definidas, com cores marcantes para os personagens principais, que se conectam às suas personalidades (Charles azul, Oliver roxo e Mabel laranja). Absolutamente irreverente, reúne também os elementos de atuação de cada ator que aquecem o coração com nostalgia. Senti isso no último episódio (sem spoilers), com a performance fantástica do Steve Martin. Deu saudades da Pantera Cor de Rosa!
A série conta, até o momento, com 2 temporadas de 10 episódios cada. A terceira temporada foi gravada e aguarda data de estreia, quem sabe ainda em 2023.
Vocês já assistiram? O que acharam?
Obrigada por estarem aqui! 🙂
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