Por que a terapia é tão importante quanto difícil?

duas árvores se encontrando

Olá, pessoal!

Vamos falar sobre terapia?

Se abrir é difícil, especialmente se não se tem prática. Há argumentos que afirmam que se abrir parar um desconhecido pode ser mais fácil, mas mesmo assim o ato de falar e de se ouvir é um processo de comunicação complexo e que se desenvolve durante a terapia.

Você já fez ou tem curiosidade de saber o que é terapia?

Terapia, psicoterapia, tratamento psicológico, análise. Todos sinônimos de um processo que trata de questões emocionais e comportamentais em busca de uma melhor qualidade de vida e bem-estar geral.

Fazer terapia é muito recompensador a longo prazo. Pense em pessoas terapeutizadas, ou que gostam de falar que fazem terapia. Quem sabe se você fizer você também não saia falando por aí que cuida de si mesmo e tem orgulho disso. Isso é um sinal de que o vínculo terapeuta-paciente foi bem estabelecido e segue vivo fazendo o seu papel.

Não tem problema ter vergonha de dizer que faz terapia também. Não existe uma regra de como se comportar em sessão ou fora dela; neste caso, talvez existam crenças enraizadas bem lá no fundinho de julgamento externo e interno sobre como as coisas deveriam ser, e o ato de fazer terapia pode ser sinônimo de fraqueza, traição, insuficiência ou incapacidade. É fundamental trazer esses sentimentos durante a sessão para que sejam trabalhados e ressignificados dentro do seu processo.

Terapia não é para todo mundo. Quem se coloca de frente para um estranho e começa a falar sobre suas dores mais profundas, no meu entendimento, é uma pessoa extremamente corajosa e que está precisando muito ser vulnerável, ou pelo menos dar um passinho mais pra lá do que pra cá. Ser vulnerável é, essencialmente, o que constitui uma saúde mental saudável.

  • Como vou saber o que sinto se eu não sentir?
  • O que vou fazer sobre o que sinto se eu não souber o que está acontecendo?
  • Para onde eu vou se eu não compreendo de onde vim e o que eu quero?

Alguns teóricos afirmam que o psicólogo tem papel de espelho no processo terapêutico. ♫ It’s like you’re my mirror, my mirror staring back at me ♫ (Justin Timberlake – Mirrors; queria muito que essa música não fosse cantada por ele). Por isso muitas pessoas sentem raiva, transferem e projetam imagens e conteúdos seus ali dentro da relação. E é precisamente através desse vínculo que a terapia se dá (ACT – terapia de aceitação e compromisso; psicanálise; logoterapia; junguiana). O psicólogo sabe discernir entre o que é projetado e o que é real dentro da relação terapêutica (porque nós fazemos terapia também rs) e pode devolver e trabalhar isso para o andamento do processo. Se você acha que o psicólogo é pago para só ouvir…tenta! Rs.

Muitos defendem que a relação terapêutica é um reflexo da relação que você tem com você mesmo.

O tempo de terapia é indeterminado; não tem como eu falar que você vai sair novinho em folha em três meses ou dez anos. Você, com certeza, já vai ser outra pessoa depois da primeira sessão. Vai sair com a cabeça formigante rsrs. Acho curioso algo que estava pensando esses dias: é muito perceptível quando a pessoa tem interesse em si mesma e quando não tem. Ou não sabe ter, e está aprendendo. Sem julgamentos; é uma boa avaliação da relação nutrida consigo mesmo.

Você fala muito sobre você para não ter espaço de falar sobre as coisas que você não quer encarar aí dentro, ou você fala mais das outras pessoas/situações do que de você?

O processo terapêutico é diferente para cada um, é claro. Mas você está ali para quê? Em última instância, para se aceitar. Aceitar o que é difícil aí dentro, o que é cabuloso, cabeludo, hediondo, intocável, explosivo, espinhoso, sombrio. Encarar os seus demônios e fazer as pazes com os seus fantasmas. Libertar-se, eu diria. E todos merecem viver sentindo esse empoderamento de que estão no controle das próprias vidas, não mais enjaulados, ensimesmados.

♫ With a taste of your lips I’m on a ride, you’re toxic, I’m slippin’ under, with a taste of a poison paradise I’m addicted to you, don’t you know that you’re toxic? ♫ (Britney Spears – Toxic e sim eu citei Britney e Justin no mesmo post)

Se a gente não sabe o que está nas sombras (ou sabe e ignora), isso vai nos assombrar e fazer com que a gente reproduza o que a gente não quer. O que está inconsciente sempre aparece, de algum jeito e forma, na consciência. É mais saudável entender esse mecanismo e administrar da melhor forma possível do que viver à mercê dele.

♫ I’m done hating myself for feeling I’m done crying myself away I’ve gotta leave and start the healing ♫ (Sam Smith – How do you sleep?) esse clipe é fenomenal, inclusive. Os jogos de cor e luz…c’est magnifique)

Bom, temos aqui uma psicóloga que também faz terapia e que escreve pra caramba. Eu poderia ficar falando sobre isso um tempão. Vou me contentar (só por enquanto) com este post.

Hoje estou musical! Citei várias músicas que se aplicam ao assunto. Sim, terapia é tão importante quanto difícil porque é transformadora, mexe em todos os aspectos da sua vida, te dá habilidades para lidar melhor com esse mundo doidão e com o desconforto de viver, e exige que você participe ativamente para atingir esses objetivos.

Obrigada por estarem aqui!

Gostaram da fotinha? Tirei em 2014, na Unopar, em uma visita, com um iPhone 5. Gosto tanto dela; eu vejo dois rostos se encontrando. Ou pelo menos o encontro de alguma coisa com outra coisa.

Sintam-se livres para comentar quaisquer dúvidas ou declarações para sua psicóloga (rs).

Até a próxima. 🙂

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Mente Formigante

Caroline Tirado é psicóloga e escritora. Escreve desde os 12 anos. Sempre foi curiosa e questionadora dos por quês da vida e do mundo, principalmente sobre o comportamento humano. Aprecia as coisas simples. Gosta de filmes, séries, livros, HQs, músicas, jogos e o que há de legal por aí.

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