O sapo na panela: como nos acostumamos a coisas ruins sem perceber

Olá, pessoal!

um sapinho na panela

Hoje quero falar sobre uma metáfora sobre se acostumar com coisas que não nos fazem bem. Imagine um sapo em uma panela com água gelada. Você liga o fogo no baixo, e enquanto a água aquece você percebe que o sapo não pula de lá. Ele se adapta à agua, que cada vez mais chega em temperaturas perigosas. Quanto mais a água esquenta, mais o sapo se adapta. Chega um momento em que ele percebe que a água está no ponto de fervura, e que aquilo é de fato uma panela no fogo, mas ele não tem mais energia para saltar para fora, pois gastou tudo tentando se adaptar.

Traduzindo…

Pode ser que tenhamos um passado que tenha nos ensinado que devemos nos adaptar, nos acostumar e permanecer quietos diante de qualquer dificuldade ou simplesmente não desenvolvemos ainda a nossa capacidade de analisar as coisas e as pessoas.

Abrandar algum fato, perdoar deslizes que você considera imperdoáveis, passar por cima dos seus valores…tudo isso me remete à submissão. Quando estamos submetidos a alguém, ao ponto de não nos enxergarmos mais, esquecemos que também temos voz, um pensamento, um passado, opiniões a serem respeitadas; é fácil, assim, cair nas amarras sutis da dependência emocional e, consequentemente, nos lençóis da manipulação.

E isso, pessoal…pode ser muito perigoso. Deixar-se levar, não se dar a devida importância (você é importante, sim!), nem o devido direito de ser feliz, pode acabar com a vida de uma pessoa. Sugar, drenar, desgastar. Quando ela vê, piscou os olhos e já se passaram anos assim.

Te convido a refletir sobre o que tem sido assim na sua vida, o que você tem deixado para depois, que tipo de relação te coloca num estado de inércia…pois você pode estar se colocando em uma panela quente que vai se aquecendo devagarinho, até, bom, te queimar.

Vamos abranger o significado: pode ser até que você esteja fazendo isso com você mesmo. Não procurando ajuda. Não reconhecendo que tal atividade te faz mal. Não admitindo que tal comportamento seu é prejudicial para você e talvez para os outros. Somos colocados em um emaranhado de comportamentos repetitivos.

Se adaptar é uma característica desenvolvida para a sobrevivência. Mas nós seres humanos desenvolvemos a complexidade do pensamento, o que torna muito mais fácil de nos convencermos e deixar-nos convencer também de que algo é bom sim, de que fulano ou ciclano só tiveram dois meses ruins e precisam extravasar (em você?), e que quem ama suporta.

Reflita sobre tudo isso!

Até a próxima.

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Caroline Tirado

Caroline Tirado é psicóloga e escritora. Escreve desde os 12 anos. Sempre foi curiosa e questionadora dos por quês da vida e do mundo, principalmente sobre o comportamento humano. Aprecia as coisas simples. Gosta de filmes, séries, livros, HQs, músicas, jogos e o que há de legal por aí.

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