O escorpião, a tartaruga e o instinto natural

Olá, pessoal!

Hoje trago a análise de uma fábula para estimular a mente formigante de vocês, chamada O Escorpião e a Tartaruga. É uma história curta e direta, disponível na íntegra clicando aqui no site Pensador.

Ilustração da fábula o escorpião e a tartaruga

Começo dizendo que os temas abordados podem variar entre natureza x aprendizado, interação social, habilidade social, repertório comportamental, confiança, crenças e gatilhos. Por favor, leia a fábula e depois venha continuar a leitura deste post.

Os personagens principais podem ser comparados a arquétipos de “bom” ou “ruim”, “mocinho” ou “vilão”. O escorpião seria uma criatura de natureza predatória, e a tartaruga de natureza pacífica.

Trazendo para interpretações psicológicas da história, o que ela me comunica é que sempre haverá uma força contrária e irreverente que não pode ser ignorada, especialmente no quesito relações sociais. Como confiar em alguém? Quais atitudes ou palavras tornam Fulano questionável e Siclano digno de confiança? No final de tudo, acredito que a escolha de acreditar diga mais sobre nós do que sobre os outros.

Quando falamos de relacionamentos, fico feliz por sermos humanos e que nosso cérebro tenha se desenvolvido o bastante para nos permitir criar e manter relações complexas e bem diferentes das apenas pautadas em instinto natural/sobrevivência. Apesar de não nos deixar totalmente à revelia de algo que não podemos controlar, adiciona um desafio para a nossa consciência de entender as nuances e o jogo de cintura social.

O que nossa experiência passada nos diz sobre interagir com pessoas, especialmente pessoas que se colocaram nesta posição duvidosa? Qual é o nível da nossa habilidade social? O que existe no nosso repertório escrito em negrito sobre confiança?

A tartaruga escolheu acreditar. Ao terminar de ler a fábula, quais foram os seus pensamentos? Talvez isso te faça pensar sobre suas ações e como você tem direcionado a sua confiança nas interações, assim como me inspirou. Talvez isso te coloque em uma espiral de “então ninguém/nada é confiável”, o que faz sentido, mas é a outra ponta do mesmo extremo, e estamos novamente nos colocando numa posição à mercê do outro.

Confiar é um ato de crença. Eu não confio porque eu tenho provas; eu confio porque eu entendo que você precisa provar sua confiança para mim, e até você fazer isso eu acredito não acreditando. Posteriormente, quem sabe. E, mesmo assim, precisaríamos de uma definição subjetiva para confiança e da relação individual com o ato de confiar.

Tudo é risco. Não há como se relacionar sem se arriscar; sem colocar alguma parte de você na mira, ou na luz. Sem ser vulnerável. E eu gostaria de dizer que existem níveis de vulnerabilidade, também, a serem levados em consideração e você pode decidir o quanto quer se expor (e/ou como lida com a exposição). É importante mencionar a experiência de interação com as pessoas. Podemos tentar prever o comportamento de alguém baseado no passado ou nas nossas próprias crenças, mas no final é tudo uma probabilidade, e não certeza. Não podemos controlar o outro.

É por isso que hoje existe aquele termo “bateria social“, rs. Interagir pode ser exaustivo, se pararmos para considerar todas as dinâmicas que estão envolvidas entre histórico, pensamento, sentimento e comportamento. Entre ação e reação há um mundo em milissegundos.

Eu espero que estas palavras tenham feito algum sentido por aí.

Obrigada por estarem aqui! Sintam-se à vontade para comentar.

Até a próxima. 🙂

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Caroline Tirado

Caroline Tirado é psicóloga e escritora. Escreve desde os 12 anos. Sempre foi curiosa e questionadora dos por quês da vida e do mundo, principalmente sobre o comportamento humano. Aprecia as coisas simples. Gosta de filmes, séries, livros, HQs, músicas, jogos e o que há de legal por aí.

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