Âncora x Alavanca: sobre escolhas conscientes

Olá, pessoal! 

O post de hoje é uma reflexão sobre o nosso próprio comportamento e sobre o comportamento de quem convivemos. Você já deve ter ouvido falar naquele ditado clichê: você é a soma das cinco pessoas com quem mais convive, e também a variação diga-me com quem andas e te direi quem tu és. São ditados não por acaso; quem escolhemos passar o nosso tempo, a quem dedicamos energia e conexões tem grande influência em como vivemos, como nos sentimos e as decisões que tomamos. 

Por isso, proponho pensarmos como anda esse nosso balanço, nos termos de âncora e alavanca, consciência e comportamento automático.

O que isso tem a ver com objetos?

Aqui usarei objetos como símbolos de padrões comportamentais. Pense na funcionalidade dos objetos, para quê servem e tentem imaginar isso nos comportamentos que você observa (seus e dos outros), com base nessas duas perguntas: como você tem se comportado? Como as pessoas ao seu redor tem feito você se sentir?

Então vamos lá!

O que é ser âncora?

É se comportar de forma a se colocar para baixo, deixar-se afundar, ou amarrar a corda da âncora bem forte em outra pessoa e jogá-la no mar.

Traz uma energia de estagnação, como se nada mudasse nunca. Pense em uma âncora real: é pesada, e é difícil de ser movida. Serve para os navios se atracarem, para que realmente nada saia do lugar (podemos ir além e dizer que é como um mecanismo de defesa? rs). 

Quando estamos nos comportando como âncoras, não somos nada positivos ou movidos para a solução, para o entendimento, para uma direção de fato; só ficamos ali. Veja quantas implicações isso traz: nada muda. E isso reflete muito nos relacionamentos interpessoais, pois quem interage como âncora também terá dificuldades em construir e manter relações saudáveis. É aquela pessoa que se fixa em algo e não sai dali nunca. Imagino que seja difícil de conviver com alguém que não elabore suas questões.

O que é ser alavanca?

É se comportar de forma que você se sinta elevado, você sente e enxerga as coisas indo por uma direção positiva na sua vida e que você está se engajando em atividades saudáveis, deixando os antigos hábitos destrutivos para trás. 

Também pode significar enxergar a vida mais pelo lado positivo (e isso não é enfiar guela abaixo a tal da positividade tóxica!), apesar das situações ruins da vida. É conscientemente escolher aprender e seguir em frente. Aceitar que a vida não é ideal (que talvez nunca seja), que você não é perfeito, seu par romântico tem defeitos difíceis de lidar (mas vocês se escolhem mesmo assim, porque você também tem defeitos difíceis de lidar). A questão, como a alavanca, é que você escolhe ver de um lado ou de outro. Não seria 8 ou 80, preto no branco; seria simplesmente escolher não sucumbir por toda a negatividade do mundo.

A alavanca é um objeto de ligar e desligar, assim como um interruptor. Ela não é uma âncora, inerte e pesada; supõe movimento e uma escolha. Um pouco de flexibilidade caminha muitos quilômetros em um relacionamento saudável.

Pode parecer bobo, mas tudo isso faz sentido para mim. Às vezes não percebemos, mas nos comportamos como âncora; e a alavanca fica lá, esperando escolhermos apertá-la para tornar o mundo colorido e diferente. Ressalto que isso não é para tudo, pois seria extremo. Mas um processo em que nos conscientizamos de nossos comportamentos, analisamos se queremos continuar assim ou assado, por onde queremos seguir e para quê, com quem e quando, acredito que nessa caminhada temos mais condições e ferramentas para enxergar nossa alavanca (porque ela existe, sim).

Fez sentido por aí?

Obrigada por estarem aqui!

Até a próxima.

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Caroline Tirado

Caroline Tirado é psicóloga e escritora. Escreve desde os 12 anos. Sempre foi curiosa e questionadora dos por quês da vida e do mundo, principalmente sobre o comportamento humano. Aprecia as coisas simples. Gosta de filmes, séries, livros, HQs, músicas, jogos e o que há de legal por aí.

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