(500) Dias Com Ela (2009) – Filme

 Olá, pessoal!

Chegou a hora de brilhar do filme que todo psicólogo gosta de usar como exemplo!

Fonte: https://wall.alphacoders.com/big.php?i=689168&lang=Portuguese

O filme de 2009, dirigido por Mark Webb, conta a história do relacionamento passageiro de Summer (Zooey Deschanel) e Tom (Joseph Gordon-Levitt). Eles se conheceram no trabalho e começaram a namorar, até que um ano e cinco meses depois (500 dias) ela termina com ele, que entra em choque. Como forma de entender o que aconteceu, Tom embarca em uma jornada de relembrar cada detalhe e vai se surpreendendo, percebendo que a relação não era como imaginava que fosse. 

Já falei sobre ele neste post sobre castelo de areia, em que comento sobre expectativa e realidade, um tema central no filme. 

A partir daqui, spoilers!

A cinematografia é toda indie e artística. O filme mostra a perspectiva do Tom, fazendo com o que o telespectador tenha uma tendência a tomar seu partido – inicialmente.  Se conhecem no elevador, quando ela canta uma música que ele estava ouvindo. Pronto. Circo armado. Tom é um romântico idealista que ouve músicas sobre amor – com letras, inclusive, estilo Romeu e Julieta – e vê em Summer possibilidade de fazer acontecer o que sempre sonhou.

A partir daí eles começam a se relacionar, mas nada sério. Se divertem, fazem piadas, dormem juntos. E o Tom lá, achando que encontrou o amor da vida dele. Até que ela vai embora e deixa uma tonelada de expectativas, projeções e idealizações para trás. Como assim o amor da minha vida não sente o mesmo que eu? Impossível; se eu sinto, ela também sente. Não aceito. 

Pior ainda: como ela está bem, vivendo e até se casou com outra pessoa, quando eu ainda estou remoendo e chorando?

Acredito que seja nesse momento que começamos a ver o quanto Tom se apegou a uma ideia que ele mesmo criou e apertou o botão “eu estou certo e ela errada”. Sentimos sua amargura na famosa cena da festa, em que ele imagina a expectativa e vive a realidade. Na verdade, ele achava que conseguiria mudar a descrença de Summer sobre amor porque pensava que estavam destinados um ao outro.

Ele se enraivece, se entristece com seu amor não correspondido e não consegue entender ou superar. Na sua perspectiva, Summer é a culpada de tudo, mas ele não consegue admitir que não quis enxergar muita coisa. Não vê sua própria parcela de responsabilidade. Acredita que o amor é cego, e amar é isso.

Tom deposita em Summer o poder de fazê-lo feliz (e infeliz). Quanto poder depositado nas mãos de outra pessoa. Ninguém é obrigado a amar ninguém.

Uma frase que me chama muito a atenção é a falada por Summer na cena do parque, após o reecontro dos dois. Tom pergunta a ela, que era tão contra relacionamento sério enquanto estavam juntos, e agora estava casada, o que a fez mudar de ideia. Ela responde de uma forma muito natural: “eu apenas soube”, ao que ele, confuso, pergunta de volta “soube do que?”, e ela sorri ao responder “o que eu nunca soube com você”.

Nessa cena, pouco depois da frase impactante, Summer explica o que ela entende por amor. “Você estava certo sobre o amor, Tom. Só não comigo”. Uau.

Summer não era perfeita, longe disso. Mas ela não era o diabo que Tom pintou para si mesmo. Ela era honesta consigo sobre seus sentimentos e simplesmente vivia sua verdade, que era diferente da de Tom. Houve muita falta de comunicação e atitudes de egoísmo por parte dos dois.

Uma vez vi uma descrição muito interessante sobre relações que terminaram: 

Duas linhas que se encontraram por um tempo, e depois não mais. 

É um filme fantástico para tentarmos olhar para os nossos relacionamentos com outra perspectiva, tentando ver além de nós mesmos/nossos sentimentos. Nós queríamos a mesma coisa? Estávamos de acordo? Eu expressei o que eu estava buscando? Eu vi o que eu quis ou a verdade? Eu enxerguei o outro com olhos de expectativa ou realidade?

Se quiserem saber mais, gosto muito da análise deste youtuber sobre o filme.

Post sobre assunto polêmico! Essa foi a minha análise.

O que vocês acharam? Já tinham assistido? Fica a dica para rever com outros olhos (e outra bagagem).

Obrigada por estarem aqui.

Até a próxima! 🙂

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Caroline Tirado

Caroline Tirado é psicóloga e escritora. Escreve desde os 12 anos. Sempre foi curiosa e questionadora dos por quês da vida e do mundo, principalmente sobre o comportamento humano. Aprecia as coisas simples. Gosta de filmes, séries, livros, HQs, músicas, jogos e o que há de legal por aí.

Este post tem 2 comentários

  1. Anônimo

    Ótima análise, muchacha. Nunca fui partidário da Summer por achar ela muito seca com o Tom, mas tudo que você disse sobre expectativas demonstram de forma certeira o agir da personagem.

  2. Caroline

    Obrigada, muchacho! De fato, o filme nos faz sentir várias coisas. Uma história bem criada sobre relacionamentos 🙂

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