11 Dicas de escrita

 Olá, pessoal!

Tenho me aventurado cada vez mais na escrita. Eu e ela temos bagagem, escrevo desde os 12 anos. Mas aprender a escrever com técnicas, métodos, dicas e desafios é outra história (rs) e tem sido importante para lapidar e exercitar este músculo tão legal e dinâmico que é o cérebro. 

Spoiler: vem aí uma novidade sobre isso, mais cedo do que tarde.

Por enquanto, quero compartilhar com vocês dicas que absorvi de especialistas, vídeos no Youtube, livros sobre o tema e experiência própria:

1. Leia textos que você admira/te inspiram/são do gênero que você quer escrever: não é plágio, em! É sobre ter um modelo em que se basear, por mais que o que você escreverá seja diferente. Fará um conto fantástico? Jogue no Google “contos fantásticos” e estude. Quer escrever ficção-científica? Quais livros você gosta nesse gênero? Pense em como surgiu esse desejo de escrever e nos livros que gosta. Por quê você gosta dos livros que gosta? “Ah, porque quando eu era pequeno(a) li Harry Potter e me encantei…” então estude a narrativa de Harry Potter com olhos de adulto e escritor. Como a autora introduz um tópico, começa um diálogo, como sintetiza cada personalidade? Ajuda a ter uma dimensão do trabalho de um escritor e a construir seu próprio estilo de escrita. 
2. Tenha disciplina: não, a inspiração não virá luminosa do céu, a salvação de todo escritor; é preciso ter disciplina. Não digo para se forçar a escrever mesmo não querendo, mas para estebelecer uma rotina. Pensar sobre o seu texto, ter ideias, fazer anotações e listas, falar para alguém que está escrevendo (tome cuidado com isso, pois pode ser uma satisfação e não um compromisso), escrever em um dia e horário específico (ex: todo domingo às 09:00), escrever um número determinado de caracteres/páginas/parágrafos, fazer atividades…tudo isso pode ajudar a tornar a escrita mais presente na sua semana. Não vá fazer mil e uma tarefas e planejamentos para cumprir, senão o sistema sobrecarrega e vira uma obrigação enfadonha. Adeque ao que lhe é viável e interessante.

3. Pasta de anotações: a temida por escritores e adorada por acumuladores de ideias. Fazer listas de inspirações, cenas, diálogos, ambientes e histórias pode ser muito útil, mas existe um porém. Muitos cultivam o hábito de encerrarem ali o processo de criação; é fogo de palha, você fica animado com uma ideia mas ela não sai do papel. Eu, particularmente, sou fã das pastas e listas para organizar ideias e o processo criativo. Mas são organizadas e divididas para que não existam só no mundo ideal. 

4. Exercícios de escrita: estão cheios na internet. São ótimas atividades de perspectiva e agregam substancialmente à prática. Por exemplo: contar um mesmo evento sob a ótica de outro personagem; fazer lista de características de cada personagem; escreva um poema sobre uma cena difícil de escrever da história; o que seu eu de 10 anos inventaria dentro desse universo.

5. Outline: outline é um esboço de como será sua história. Alguns sites disponibilizam modelos para baixar, mas você pode fazer o seu. Coloque um resumo prévio e imagine a história capítulo por capítulo, quem participará da cena, onde, o que acontecerá. Aqui se imagina começo, meio e fim, se dá uma forma inicial à ideia a ser desenvolvida. 

6. Participe de grupos: seja no Facebook, Whatsapp, Discord ou Telegram, participe de conversas e trocas a respeito de escrever e o tema que pretende mergulhar. Nós seres humanos somos sociais, portanto compartilhamos experiências e aprendizados e trocamos figurinhas. Resista à comparação e mantenha o objetivo principal de ganhar experiência e conhecer o que existe por aí. Estes grupos são ótimas oportunidades de conhecer pessoas como você e, quem sabe, amizades, conexões e contatos.

7. Estude e consuma conteúdo voltado à escrita: faça cursos, assista a canais no Youtube, leia blogs (oi), posts nas redes sociais, livros técnicos. Se dedique ao estudo de como se escreve, o que são estilos de escrita, gêneros textuais, bom português, adequação de linguagem, contexto cultural…tudo isso ajuda a obter informações de como é feito, assim ou assado, e a melhorar sua prática.

8. Escreva, escreva, escreva: não tem outra…feito é melhor do que perfeito. A prática leva ao progresso. Mesmo que não saia nada “usável”, ou que você considere um lixo, apenas escreva. Coloque para fora o que tem aí, apague, reescreva, escreva “blá blá blá”; o que importa é exercitar. Quem sabe isso não libera algum bloqueio criativo ou sirva de aquecimento para de fato pegar no volante. “Já que estou aqui…”; quem sabe o que pode surgir de não estar submetido a regras e a formalidades.

9. Deixe o texto descansar/esfriar: para vê-lo com outros olhos. Muitas vezes, de tanto ler e reler, ficamos com olhos viciados e possíveis erros/falta de sentido ficam invisíveis. Olhe para o horizonte, durma, faça exercícios físicos, vá viver…tire o foco da escrita e depois de um tempo (uma semana, dois meses) releia. Certamente terá outra percepção e talvez surjam novas ideias e jeitos de escrever.

10. Permita-se inspirar: assista a filmes, vídeos, séries, documentários, leia livros/HQs, ouça músicas, podcasts, audiolivros…tudo vale. É impossível contar o tanto de arte que existe por aí, que surgiram porque um dia alguém teve uma ideia, que foi trabalhada e moldada para virar o que virou. Toda produção conta com uma equipe enorme de pessoas dedicadas a um projeto. Até obras com avaliações prioritariamente negativas passaram por aprovações, orçamentos e revisões até chegar ao público. E, convenhamos…só porque alguém achou algo ruim não significa que seja. É só vermos as variedades de opiniões e notas para um único filme. Se eles podem, por quê não você?
11. Descanse: aprecie a arte, tome sol, brinque com seu cachorro/gato, vá sair com os amigos, cozinhe enquanto toma vinho, passeie no lago ao pôr-do-sol, fique debaixo da coberta assistindo o mesmo velho filme, pinte quadros, desenhe livremente, tome um banho, se alimente bem, peça comida, visite seus pais, vá para a casa do(a) namorado(a), jogue seus jogos, leia na beira da piscina, tudo vale, até deitar na cama olhando pro teto. Apenas descanse, deixe seu corpo amolecer e durma gostoso. Desvie o foco da escrita. Permita que os hormônios do bem-estar façam sua mágica; você ficará muito mais apto(a) a se dedicar aos seus projetos com a bateria carregada, e verá que ideias fluirão com mais facilidade. Isso é biológico. Tem dias que simplesmente nos esgotamos, e se forçarmos não será nada produtivo (só para a dor de cabeça, a dor muscular e a síndrome de burn-out).

É isso o que aprendi até aqui sobre escrita mais focada. 

Volto com atualizações.

E aí, o que acharam? Vocês que escrevem têm mais dicas?

Obrigada por estarem aqui. 🙂

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Caroline Tirado

Caroline Tirado é psicóloga e escritora. Escreve desde os 12 anos. Sempre foi curiosa e questionadora dos por quês da vida e do mundo, principalmente sobre o comportamento humano. Aprecia as coisas simples. Gosta de filmes, séries, livros, HQs, músicas, jogos e o que há de legal por aí.

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